Minha palavra favorita na vida é ‘equilíbrio’.

Estou sempre em busca de equilíbrio nas coisas que faço, nas escolhas que tomo, nas experiências que vivo.

Saber escolher quando é tempo de levar a vida mais a sério, focando em metas e objetivos a longo prazo, e quando é hora de relaxar um pouco fazendo com que o foco principal seja a diversão e a coleção de momentos que aquecem o coração.

Saber balancear o tempo de vida social me enchendo de energia cercado por amigos e família, ou entender quando a energia que mais preciso vem de passar algum tempo sozinho.

Saber quando é preciso focar na saúde física sem deixar a saúde mental de lado e vice versa.

Saber dosar o tempo ideal de produzir, exercendo minha criatividade, e quando é tempo de consumir conteúdos que me fazem mais inteligente ou simplesmente mais alegre.

Sempre em busca do equilíbrio.

Gosto também do significado mais concreto de ‘equilíbrio’. Se manter de pé, andar de bicicleta, não cair do skate, tentar surfar umas ondas por aí…

O equilíbrio está sempre envolvido.

Gosto bastante da sonoridade da mesma em português, ‘equilíbrio’, e também em inglês, ‘balance’.

Na verdade eu gosto tanto dessa palavra que há alguns anos a tenho tatuada: equilíbrio. Escrita de forma pura e simples, pra sempre no meu braço. Uma das poucas coisas que já tatuei no meu corpo não diretamente relacionada à minha família.

Dia desses sentado no sofá da sala batendo um papo com o meu primo, notei que no pulso dele também havia a mesma palavra: ‘equilíbrio’. Até a fonte era parecida.

Falei pra ele, ‘Olha, que legal, temos a mesma tatuagem’. Ele sorriu e respondeu: ‘Ih, é verdade. Mas a minha é um pouco diferente’. E então mostrou o outro pulso onde o prefixo ‘(des)’ se juntava a ‘equilíbrio’, sugerindo que em sua busca por uma vida equilibrada também havia um pouco de desequilíbrio pelo caminho.

Por algum acaso preferi não perguntar se era exatamente esse o significado de (des)equilíbrio para ele, mas depois de alguns dias comecei a refletir sobre aquilo.

E se todos nós que buscamos levar uma vida equilibrada nos sentíssemos confortáveis em adicionar um pouco de desequilíbrio à nossa rotina de vez em quando?

Numa vida um tanto desequilibrada a gente volta e meia se mata de trabalhar pra entregar um projeto que sente orgulho e, quem sabe, nos gera uma promoção lá na frente.

Conhece um amor de verão numa viagem inesquecível e vai atrás dele em alguns outros cantos pelo mundo enquanto a chama ainda está acesa.

Tem uma noite de porre com os amigos que pode até nos fazer arrepender no dia seguinte, mas vai nos proporcionar boas risadas durante anos.

A gente aceita gastar um pouco mais do que planejou no mês pra comprar aquele tênis que vai nos fazer ir pra academia mais felizes, pelo menos por alguns dias até ele começar a ficar sujinho.

E por aí vai.

Afinal de contas, não seria um pouco de desequilíbrio até mesmo uma forma de equilíbrio?

E vai ver que há até mesmo um valor maior no desequilíbrio, dependendo da situação em que nos o encontramos?

Enquanto o equilíbrio é importante para nos mantermos de pé, quem sabe é no desequilíbrio onde alcançamos nossos maiores aprendizados e crescimento.

Foi a conclusão a que cheguei e, a partir de então, posso afirmar que a palavra ‘equilíbrio’ continua sendo a minha favorita, porém ela agora tem uma concorrente que não fica muito atrás: ‘desequilíbrio’.

Por enquanto não tenho intensão de adicionar o prefixo (des) à minha tatuagem.

Mas tenho certeza que vou levar essas reflexões comigo por muito tempo e, na minha eterna busca por equilíbrio, continuar a me permitir me desequilibrar aqui e ali.

Obrigado, primo.

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(im) balance

My favorite word in life is ‘balance.’

I am always in search of balance in the things I do, the choices I make, and the experiences I live.

Knowing how to choose when it’s time to take life more seriously, focusing on long-term goals and objectives, and when it’s time to relax a bit, letting the main focus be having fun and collecting moments that warm the heart.

Knowing how to balance social time, recharging with the energy of being surrounded by friends and family, or understanding when the energy I need most comes from spending time alone.

Knowing when to focus on physical health without neglecting mental health, and vice versa.

Knowing how to dose the ideal time for producing, exercising my creativity, and when it’s time to consume content that makes me smarter or simply happier.

Always in pursuit of balance.

I also love the more concrete meaning of ‘balance’: staying upright, riding a bike, not falling off a skateboard, trying to surf some waves…

Balance is always involved.

I really like how the word sounds in Portuguese, ‘equilíbrio,’ and also in English, ‘balance.’

In fact, I like this word so much that a few years ago, I had it tattooed: balance.

Written in a pure and simple way, forever on my arm. One of the few things I’ve tattooed on my body that isn’t directly related to my family.

The other day, sitting on the living room couch chatting with my cousin, I noticed that he also had the same word on his wrist: balance. Even the font was similar.

I said to him, “Look, how cool, we have the same tattoo.” He smiled and replied, “Oh, true. But mine is a bit different.” Then he showed me his other wrist, where the prefix “(im)” was paired with ‘balance,’ suggesting that in his pursuit of a balanced life, there was also a bit of imbalance along the way.

For some reason, I chose not to ask if that was exactly the meaning of (im)balance for him, but a few days later, I started reflecting on it.

What if all of us, who strive to lead a balanced life, felt comfortable adding a little imbalance to our routine from time to time?

In a somewhat unbalanced life, we occasionally work ourselves to the bone to deliver a project we’re proud of and that, who knows, might lead to a promotion down the line.

We meet a summer love on an unforgettable trip and follow it to other corners of the world while the flame is still burning.

We have a wild night out with friends that we might regret the next day but will laugh about for years.

We splurge a little more than planned one month to buy those shoes that will make us go to the gym happier, at least for a few days until they start getting a bit dirty.

And so on.

After all, couldn’t a bit of imbalance also be a form of balance?

And who knows, maybe there’s even greater value in imbalance, depending on the situation we find ourselves in.

While balance is important to keep us upright, perhaps it’s in moments of imbalance that we achieve our greatest lessons and growth.

That’s the conclusion I came to, and from then on, I can say that the word ‘balance’ remains my favorite. However, it now has a close contender: ‘imbalance.’

For now, I have no intention of adding the prefix (im) to my tattoo.

But I’m sure I’ll carry these reflections with me for a long time, and in my eternal pursuit of balance, I will continue to allow myself to be unbalanced here and there.

Thank you, cousin.