Kobe Bryant

De onde vêm os nossos ídolos?

Em uma sempre viva busca por fontes de inspiração nesta esquisita jornada chamada “vida”, encontrei ídolos nos mais diversos lugares. Dentro de casa, na sala de aula, no ambiente profissional, na música, nos esportes…

Uns são maiores que outros, uns nos inspiram mais que outros.

Kobe me inspirava quase que diariamente. Quem acompanhou sua carreira como atleta sabe o que é a “Mentalidade Mamba”. Aquela mentalidade que te obriga a dar o máximo de si naquilo que se propõe a fazer.

Kobe não me inspirava a jogar basquete. Nunca me interessei realmente em praticar o esporte – sou baixo, minhas mãos são pequenas, eu apenas sabia que não valia perder meu tempo em tentar algo um pouco mais sério.

Era nas coisas do dia a dia que aquela tão falada “Mentalidade Mamba” me deu um empurrão por diversas vezes quando precisei encontrar uma motivação extra.

Quando calçava o meu par de tênis do Mamba eu sabia que precisaria pegar um pouco mais pesado na academia ou bater um pouco mais forte no saco de areia – “Kobe vai estar me vigiando, não posso desapontá-lo”.

Em dias extremamente importantes no trabalho eu vestia o meu par de meias #8 e #24 e aquilo parecia que me fazia ter certeza de que as apresentações ou reuniões sairiam exatamente da forma como eu desejava. Até hoje Kobe nunca me desapontou.

Que sorte a minha ter podido presenciá-lo em seu habitat natural em um de seus útimos atos no templo onde por 20 anos reinou absoluto.

Que simbólico o fato de sua última mensagem pública ter sido um pedido a outro gigante das quadras para que ele continuasse o trabalho duro de elevar o nível do esporte, apenas um dia após ter sido ultrapassado como terceiro maior pontuador da história pelo mesmo.

Em uma entrevista pouco após se aposentar Kobe Bryant mencionou que se terminasse sua jornada tendo o Basquete como a coisa mais importante que fez em vida, então ele teria falhado. Mas Kobe não falha.

Sua carta aberta ao Basquete não é apenas uma declaração de amor ao esporte. É uma declaração à vida. É um depoimento sobre encontrar suas paixões e dar tudo de si na busca por elas. Quantas crianças já não foram atrás de um futuro melhor inspiradas por ele?

Mas e depois de tudo isso, para onde vão os nossos ídolos?

Se depender de mim e, tenho certeza que também de outros milhões de fãs espalhados pelo mundo, ele ainda estará presente por um bom tempo em diversos escritórios, salas de reunião e quadras de basquete por aí.

Meu par de meias já está separado para amanhã.

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