Bipolar

“Você é meio bipolar, não é?” Perguntou ela com um sorriso simpático indicando não ser uma pergunta para ser levada tão a sério.

Mas ele levou, e então segurou firme suas duas mãos, olhou no fundo dos seus olhos e respondeu: “Veja bem… Há situações em que estou muitíssimo satisfeito com tudo ao meu redor e de repente acontece algo não tão agradável. Dias em que levo tempo para dormir, só pensando em como dependo apenas de mim mesmo para alcançar todos os meus objetivos, e então acordo na manhã seguinte tendo a certeza de que não sou capaz de realizar qualquer sonho. E por falar em sonhos, gosto muito de conversar sobre eles. Mas em certos momentos você vai me encontrar em um período muito mais sereno, só falando sobre fatos concretos. Posso explicar claramente por que sinto raiva de certas pessoas e em pouco tempo minha grande capacidade de esquecer os males me causados por terceiros fará com que você me veja andando ao lado delas novamente. Tenho tantas dúvidas sobre o futuro que posso encontrar alguns erros no presente em coisas que acreditava serem certas no passado. Muitas vezes até eu mesmo acho difícil de entender minha capacidade de estar cercado por amigos e conversando com dezenas de pessoas que me abordam na rua e então no dia seguinte parecer um verdadeiro bicho do mato em um local onde não conheço ninguém. Fico envergonhadíssimo ao entrar num lugar onde todos parecem olhar para mim sem que essa seja a minha intenção, mas também adoro quando sou o centro das atenções em situações planejadas com antecedência. Não dou a mínima sobre críticas, elogios ou quaisquer comentários ao meu respeito, mas ainda assim sou muitíssimo curioso em saber o que os outros estão pensando.

Agora… Existe uma coisa que não se altera, se abala ou se confunde na minha cabeça sequer por um minuto, e eu espero que isso também nunca deixe de estar totalmente claro na sua mente: o tamanho do grande amor que sinto por você.”

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